terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Recado ao vento (na esperança de achar alguém)


Não me compare. Não tente me decifrar ou definir, para mostrar que é sagaz. Não é isso que irá me atrair em você. Sua capacidade observativa pode até chamar atenção, mas certamente vou lhe achar uma chata.

Me aceite, por favor. Escute. Não preciso de presentes, lições sobre como se vive de modo adequado, exibições de 'como sou sortuda por estar ao seu lado', frases sem ações equivalentes, demonstrações fake de erudição e jeito alternativo para impressionar ou meras aventuras sexuais. Se soubesse o quanto nada disso me preenche...

Ser fácil, de fato, não pode ser meu título. Não tenho paciência para o inevitável ego alheio. Preciso confiar no seu caráter. Admirar seu jeito autêntico. E também não consigo entender como minha rejeição não é perfeitamente sóbria e compreensível. Por que é tão difícil se interessar verdadeiramente pelo outro e deixá-lo ser quem é? Essa é a maior conquista.

dez 2010

4 comentários:

Mattos, L. disse...

Costumo dizer que há sempre uma boa música para uma boa cena, em termos cinematográficos. Parodiando literariamnete, digo, há sempre uma boa imagem para um bom texto. Parabéns!

Luciana Zacarias disse...

Acho o casamento perfeito =). Obrigada, "L".

Daiane Oliveira disse...

Escrito-provocação.
Difícil é delinear, muitas vezes,
a linha tênue que separa uma(s) da(s) outra(s)...

;)

"Chora o guatambu" disse...

Obrigado por comentar meu poema.Abraços literários (e literais) retribuídos.Alício
PS:Vc escreve bem...captei imagens de seu blog..bonitas.